quarta-feira, 8 de maio de 2013
sábado, 27 de abril de 2013
TREM PÉ VERMELHO SAÍ OU NÃO GLEISI HOFFMANN ?
Vem aí o Trem Pé Vermelho
Postado por margaritasansone em abril 21st, 2013 |
Anunciado pelo governo federal o Trem Pé Vermelho, ligação ferroviária entre várias cidades do norte do Paraná. Aproveitará trecho de ferrovia – de trilhos históricos já existentes – entre Ibiporã e Paiçandu, passando pelas metrópoles vizinhas de Londrina e Maringá.
Poderá ser uma espécie de metrô do norte, integrando o que planejadores urbanos já chamaram de Metronor, a Metrópole unificada do norte do Paraná.
O nome Pé Vermelho é alusão à tonalidade das terras mais férteis do mundo – exatamente as do norte do Paraná – que tingiam os pés e as botas dos pioneiros nas lavouras de café.
Obra fácil e de implantação rápida, o ministra Gleisi Hoffmann aposta no Trem Pé Vermelho, ligando Londrina e Maringá, para levá-la até o Palácio Iguaçu.
Pelo twítter, Gleisi avisa que as comunidades cortadas pelo trajeto ferroviário têm até o dia 30 de abril para enviar sugestões e debater projeto.
O ministério dos Transportes já abriu o processo de consulta pública. Afinal, quem manda no presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo, são ela e seu marido – o também ministro – Paulo Bernardo.
Talvez no afã de agradar o poderoso casal de ministros paranaenses, no jornal da noite da RPC, o apresentador disse repetidas vezes: trem pé vermelho vai encurtar viagem, vai encurtar distância entre Londrina e Maringá(sic).
Não é possível isso.
O trem, no máximo, quando pronto, poderá encurtar o tempo de viagem entre Londrina e Maringá. Falha dos redatores de jornalismo da TV Globo no Paraná.
segunda-feira, 22 de abril de 2013
INFÂNCIA NA ROÇA NOS ANOS 60 NO NORTE DO PARANÁ
MINHA INFÂNCIA NA ROÇA NO NORTE DO PARANÁ 2( ANOS 60 )
Passava quase todas as minhas férias escolares no sítio dos meus tios e avós. Acordávamos de madrugada quando os pássaros começavam a alvorada nas árvores do pomar e na mata próxima do riacho. É claro que o galo também já estava cantando nesta hora (já estava até rouco). Tomávamos um café reforçado com pão, café e leite. A manteiga era feita no próprio sítio (minha avó batia a nata do leite). Quando não tinha manteiga usávamos gordura de porco, queijo branco ou torresmo para comer junto com o pão. Meu tio ia para o curral ordenhar as vacas. Eu e meus primos corríamos para lá com canecas na mão para tomar o leite com espuma e açúcar que o meu tio esguichava diretamente dos tetos da vaca.
BRINCANDO EM MEIO À NATUREZA
Depois deste leite delicioso íamos para o rio pegar seixos (pedras aredondadas) para a nossa costumeira caçada de estilingue. As pedras colocávamos em um embornal atravessado no ombro. As vezes ficávamos uma manhã inteira atrás dos pássaros mas não conseguíamos abater nenhum ( eles eram muito ariscos ). Quando não era com estilingue pegávamos pombas juritis com arapucas feitas de taquara e arame. Após "tratar" (dar comida ) aos porcos e vacas muitas vezes selávamos os cavalos e saíamos a cavalgar pelas estradas da região que eram muito bonitas. Não havia perigo... todas as pessoas eram boas e conhecidas. Passávamos por elas e dizíamos "dia" ( era o jeito caipira de falar bom dia). Lembro-me até hoje das paisagens... dos rios... estradas.. o cheiro da terra... o perfume da florada do café... o barulho das águas do riacho... O ar próximo ao rio era muto gostoso e tinha um cheiro especial... O almoço era servido as 10 horas. Primeiro tínhamos que levar as marmitas para os adultos que estavam na lida da terra... carpindo ou colhendo café. As marmitas era envoltas em guardanapos de panos com nós nas pontas. Nas marmitas além do arroz com feijão sempre vinha um ovo frito, um pedaço de carne de porco ou de frango.. um pedaço de torresmo... mandioca frita... As variações eram feitas com legumes da época e saladas. A sobremesa estava ali do lado no pé de laranja ou de tangerina. Era só pegar. As vezes a minha avó colhia na hora um pepino ou uma pimenta para complementar a alimentação. A tarde depois de alimentarmos novamente a galinhas, porcos,vacas e cavalos íamos para o rio nadar ou pescar.
NADANDO NO RIACHO
Para nadar tínhamos que represar o riacho que era muito raso. Juntávamos pedra e galhos e fazíamos o rejunte com argila. Quando a água chegava na altura dos joelhos para nós já era uma alegria. Já podíamos nadar estilo "cachorrinho". Minha avó ficava na margem olhando e cuidando para ninguém se afogasse (como se fosse possível naquela água rasa). Meu tio Mané uma vez nos ensinou que engolindo um filhote de lambari vivo a pessoa aprende a nadar. Toda a molecada da família engoliu um lambarizinho vivo. Coitadinhos... (dos lambaris). O efeito psicológico foi bom pois todos nós aprendemos a nadar para "o gasto". As vezes levávamos peneiras para pescar. Sempre pegávamos lambaris, cascudos e camarões. Mas o que vinha mesmo eram girinos ( filhotes de sapo). Argh!.. não gosto deste bicho....
FAZENDA DE MENTIRINHA
Outro brinquedo na roça consistia em montar sítios de mentirinha usando chuchus, abobrinhas e laranjas para fazer de conta que eram vacas ou cavalos. Espetávamos gravetos neles imitando as patas e as cabeças. As cercas eram feitas de barbante. As casas, curral e paiol fazíamos com tijolos e pedras. Fazíamos os "caminhos" e "estradas" todas enfeitadas com flores. Aquele que tinha sonho de ser fazendeiro acabava com o chuchuzal da minha vó porque queria o pasto cheio de bois ( haja chuchu). Mas a minha avó era esperta... à tarde quando acabávamos de brindar ela ia lá e pegava os legumes para cozinhar para o jantar ( a gente nem ficava sabendo).
BRINCANDO DE TARZAN
Uma vez, imitando o Tarzan do cinema, fizemos arco e flechas mas nunca dava certo. Queríamos que o arco atirasse bem longe a flecha. começamos a desenvolver técnicas. Cada dia fazíamos arcos com uma madeira diferente. Até que um certo dia meu tio Mané nos ensinou que a madeira boa para isso devia ser o marfim. tá... mas como iriamos saber no meio de uma floresta com milhares de árvores qual seria o tal marfim? Meu tio ensinou como era a cor do tronco e o formato das folhas e lá fomos procurar. Quando voltamos todos felizes com a que supúnhamos ser Marfim ele abanou a cabeça e disse: - Esta é "Farinha Seca". Mas não é que a tal "Farinha seca" era boa para a confecção de arcos!... Nossos arcos agora eram quase iguais ao do Tarzan. As flechas fizemos de taquaras e amarrávamos penas de galinha na parte anterior. Coitadas das galinhas!... até dar certo quase deixamos uma lá totalmente depenada. Agora faltava a lança. Logo achamos uma faca velha que foi pregada na ponta de um cabo de enchada. Graças a Deus que não nunca brigávamos entre nós porque agora estávamos armados de fato igual ao Tarzan. (Só ficou faltando a tanga).
CONSTRUINDO UMA JANGADA
Em outra oportunidade ficamos dias tentando construir uma jangada igual uma que vi também num filme do Tarzan ( ou era do Jim das Selvas? não tenho certeza). Toda madeira que usávamos afundava. Usamos até um tacho da minha vó.. mas que!... afundou... Pegamos a mantimenteira ( em forma de caixote)... também afundou... Até que mais uma vez o tio Mané nos deu uma grande ideia. Entre uma tragada ou outra do cigarro "palheiro" ele nos disse que a Imbaúva é oca por dentro e poderia dar certo... menino!.. ele salvou a pátria... agora sim.. tínhamos a jangada e também mais um herói... o tio Mané... que virou nosso ídolo. Ficamos todos metidos navegando de jangada na represa e pescando lá no meio do lago... armados de arco, flechas e lança (vai que aparece uma onça). Eu ficava com a flecha no jeito para flexar algum peixe grande ou algum jacaré... mas eles nunca apareceram...
LAMPIÃO DE VAGALUMES
Em outras férias no sítio do meu tio, meu irmão Pedro foi junto. Na primeira noite ele ficou com medo dos ratos enormes que costumavam "passear" pelo quarto. Ele pediu ao tio Mané para deixar uma lamparina acesa, mas ele disse que não podia por causa da fumaça que depois de algum tempo prejudica a saúde. Com dó do Pedro o primo Toninho teve uma idéia que salvou a pátria ( O Pedro já estava querendo voltar à pé para Rolândia). Na boca da noite saímos pegando vagalumes e colocando dentro de uma garrafa transparente. Não é que deu certo. Agora o Pedro ( e nós também) tínhamos lâmpadas de graça e sem fumaça. Só que o tio Mané falou para o Pedro para ele de vez quando soltar a rolha para os bichinhos respirarem. Resumo: o Pedro não sentiu mais medo mas também não dormiu.. ficou a noite inteira cuidando dos bichinhos.
PRIMEIRA BEBEDEIRA
Na falta do que fazer em outra oportunidade fomos visitar o alambique de pinga que tinha lá na vizinhança. Como somos bastantes curiosos ficamos ajudando o senhor Constantino (dono do alambique) até que saísse a pinga após o processo de destilagem. Ajudamos a cortar cana.. moer a cana.. fermentar a cana... ferver o caldo... e aí.. tan tan tan tan... enfim saiu ou caiu a famosa pinguinha brasileira diante dos nossos olhos... toda branquinha...cheirosa... (deu até vontade)... Como trabalhamos bastante o senhor Constantino encheu um copo da pinga da mais fraca e deu para nós. A sede era tanta que bebemos como se fosse água. O senhor Constantino teve que se ausentar dali e aproveitamos para beber mais... O resultado é que chegamos em casa os quatros abraçados para não cair... cantando "Saudade do Matão" e rindo sem parar. Minha vó Dolores quando viu a cena começou a chorar... o que que a Tana (minha mãe) vai falar de mim?... vai falar que dei pinga pra vocês!... que eu não cuidei de vocês... Tivemos que prometer que não contaríamos para a minha mãe senão nunca mais poderíamos voltar em férias no sítio.
TRABALHO NA ROÇA
A molecada da nossa família a partir dos 6 ou 7 anos já ajudava os pais nos serviços da roça ou da casa. Além de tratar dos animais tínhamos que ajudar a plantar e colher arroz, feijão e milho. Limpávamos também os troncos dos cafeeiros com as mãos, afastando os grãos de café para que os adultos pudessem rastelar e peneirar o café.
MATANDO UM PORCO
Um dia divertido na roça é quando o meu tio ou o meu avô matavam porcos cevados. Fora a parte triste de ver e ouvir o porco agonizar e gritar durante minutos, gostávamos de ver limpar o couro para tirar os pelos. Esta tarefa era feita com folhas secas de bananeiras em chamas ou com água fervendo. Após passavam uma faca super afiada como se estivessem fazendo a barba. Após estar limpo o porco era colocado sobre um giral de madeira onde era partido ao meio. As ferramentas eram facões, martelo e machadinha. Já em duas partes começavam a retirar as vísceras e os órgãos internos. A molecada pegava a "bexiga" para brincar fazendo-a de balão. Já cortado todo em pedaços pequenos o porco era todinho frito num grande tacho usando a própria banha. Depois de frito toda a carne era armazenada em latas de 20 litros encobertas pela banha quente. Depois de algum tempo a gordura esfriava e endurecia, conservando esta carne por muito tempo, mesmo sem geladeira. Neste mesmo dia além de fritar a carne fazíamos linguiça e chouriço. Era costume sagrado mandar um pedaço de carne para todos os vizinhos que pudessem ouvir os gritos do porco em agonia de morte. É que acreditava-se que a molecada após ouvir os gritos do porco morrendo ficava com lombriga.
COLHEITA EM MUTIRÃO
Quando o meu pai, tio e avós iam colher arroz costumavam fazer mutirão. Vinha todos os meus tios, primos e alguns vizinhos ajudar. Uns iam cortando com o "ferro curvado"... outros amarrando em forma de feixes e trazendo na bancada de madeiras para outros "baterem". Conforme os grãos iam se desprendendo e caindo sobre o encerrado outros iam ensacando... outros iam trazendo para a carroça que por sua vez trazia até a tulha. Na colheita do feijão tínhamos que arrancar os pés de feijão secos e amontoá-los perto do carreador onde passava um adulto com carroça para recolher. Já na terreirão alguém batia este feijão com um "reio de madeira" para que as vagens abrissem e soltassem os grãos. Para colher o milho primeiro tem que "quebrá-lo" ou seja entortar o tronco pelo meio para que o milho acabe de secar e para que não pegue umidade. Após algumas horas deste trabalho pesado nossos pais e avós nos liberavam para deliciosos banhos no rio ou na cachoeira.
TIRANDO OS BICHOS DE PÉ
Lembro que quase todo dia pegava "bicho de pé" em algum dos dedos dos pés. E após coçar por dias ( coceira forte ) o bicho ficava gordo e formava uma bolinha amarela. Aí a minha tia, mãe ou avó tirava-os com o uso de uma agulha e queimava-os na lamparina. Era um alívio ficar sem aquele incomodo. (ficava feliz de vê-los fritar na lamparina).
MEU AVÔ
Gostava de ver o meu avô dando milho para as galinhas a tardezinha (ele tinha mais de 200). Elas vinham todas e ficavam em volta dele. Ele ia debulhando a espiga com a mãos e jogando no chão e gritando: - pipipipipi... Meu avô era muito trabalhador e quando chovia pedia para nós ajudá-lo a roçar o pasto... fazer vassouras e passar óleo de mamona nos arreios. Ele aproveitava também para engraxar as rodas da carroça e afiar as ferramentas com lima. Outra tarefa era replantar café onde houvesse falhas. Lembro-me até hoje dele com um cigarrinho de palha no canto da boca... seu chapéu preto... sua botina com tiras nas pontas... trabalhando a vida inteira até poucos anos de morrer ( com 90 anos). Ele tratava os seus animais com muito amor e obtinha deles também muito carinho. toda a vez que saia com o cavalo na volta tratava dele com milho e o escovava por inteiro. (quando eu e meu primo saíamos à cavalo tínhamos que fazer o mesmo).
HISTÓRIAS DE ASSOMBRAÇÃO
Meu avô e meu tio sempre recebiam visitas à noite para um bate-papo na cozinha. O fogão caipira estava sempre aceso e eu e meu primo o Toninho empoleirados nele para nos aquecermos. Minha tia coava um café cujos grãos foram colhidos na própria roça e torrados em casa. Tenho o cheiro deste café na minha mente até hoje... Eu e o meu primo comíamos pipoca e ficávamos atentos a toda conversa. Os causos falavam de uma luz que aparecia na entrada de uma determinada fazenda no estado de São Paulo e seguia as pessoas até que elas chegassem em casa ( o meu tio foi um deles). Outro causo era de uma alma penada que gemia em baixo de uma ponte... Segundo a lenda só desapareceu quando mandaram rezar uma missa. Tinha também um que mencionava uma assombração que só descansou quando conseguiu contar para alguém onde tinha enterrado uma fortuna em moedas e ouro. Depois de ouvir todos estes causos íamos dormir, mas agora com medo... cobríamos bem os pés pois acreditávamos que alguma assombração pudesse nos puxar para debaixo da cama. Quando reuníamos os primos nas festas de final de ano contávamos estes causos e todos prestavam bastante atenção. E na hora de dormir sempre tinha um que pedia para acender uma lamparina por causa do medo. E ainda mais com o meu primo Toninho gemendo debaixa da coberta e dizendo: - "eu sou uma alma penada e vim te buscar... eu tô na porta do quarto.. eu tô do lado da sua cama... ahhahahahah te peguei!.....
MINHA AVÓ
Lembro de minha vó sentada em sua máquina de costura em frente a uma janela que dava para o jardim. Tinha um pé de camélia e lembro-me de tudo.. até do perfume das flores... Ela sempre nos pedia com carinho que a ajudasse carpir o pomar. Em troca ela fazia para nós cural de milho, pipoca ou bolinhos para o café da tarde... hum que delícia. Lembro-me da minha avó assando pães e frangos no seu forno caipira de tijolos e barro. Ela pedia para nós para colhermos o mato gachuma para fazer a vassoura que ela usava para varrer as brasas do forno.
FESTAS DE FINAL DE ANO
As festas do final do ano eram uma delícia no sítio do meu avô. Juntávamos vários primos. Depois do almoço que não podia faltar leitoa, frango assado, pernil e guaraná antartica nós brincávamos o dia inteiro. É claro que sempre ocorria uma ou outra briga. Sentíamos prazer de brincar perto dos pais e tios e todos riam muito. O meu tio Manoel ficava contando causos e a molecada prestava atenção. A noite dormíamos todos num mesmo quarto e ficávamos contando de novo aqueles causos, principalmente os de assombração. Os mais medrozos pediam para ascender uma lamparina pois ficavam com medo. A casa do sítio não era forrada e ficávamos olhando a claridade nas telhas cada vez que o meu tio ou avô davam tragadas em seus cigarros de palha. A parte ruim do sítio era tomar banho de bacia com sabão feito em casa e ouvir os enormes ratos à noite inteira andando perto da sua cama.
CAÇADAS COM O TIO MANÉ
As domingos saímos com meu tio Manoel ou para caçar passarinhos com alçapão ou para caçar bichos maiores. Na caça de bichos meu tio contava com o auxilio de cachorros americanos que uivavam o tempo todo. Muitas vezes andávamos um dia inteiro atrás destes cachorros que não paravam de uivar. A gente acreditava que tinham farejado algum bicho... mas era só "frescura" deles... não tinha bicho nenhum... aí o meu tio falava assim: - seus putos!... vocês são uns bostas.. da próxima vez vou largar vocês em casa... ele falava sério.. eu e meu primo, o Toninho, ríamos bastante. O duro é que os cachorros entendiam e abaixavam a cabeça após a bronca.
FESTAS JUNINAS
Nas festas juninas a molecada se divertia bastante pulando a fogueira e soltando buscapé e bombinhas. Comíamos pipoca, bolo de fubá e tomávamos leite com chocolate ou chá. A meia noite na passagem de "São João" muitos andavam descalços no tapete de brasa e não se queimavam. Eu fui um deles. Verdade... Havia também as novenas e terços. Enquanto os adultos rezavam a molecada brincava de esconde-esconde, salva e balança caixão. Depois sempre era servido uns pedaços de bolo com chocolate ou chá. Os adultos tomavam uma bebida conhecida como anizeti (essência de aniz, água e pinga).
BAILES DA ROÇA
Aos sábados sempre tinha baile de sanfona nas imediações. Todo mundo se encontrava nestes bailes. Os rapazes e adultos tomavam "rabo de galo" ou "batida de amendoim". A música era sempre a mesma e o estilo de dança idem... Depois de um certo tempo de dança ninguém aguentava a poeira que erguia em baixo da barraca de lona. Chegávamos em casa assoprando tijolos pelas narinas. Era muito bom as caminhadas pelas estradas em noites de lua cheia.Vínhamos em grupos de jovens conversado... fumando e contando as proezas que fizemos durante a semana que findava. Uns tropicando pelo excesso de batida de "amendoim"... Outros vomitando de tão bêbados que estavam.
COMPRAS NA CIDADE
O gostoso mesmo era acompanhar o meu tio ou avô nas compras na cidade. Vínhamos de charrete. Parávamos na venda e esta era a hora de tirarmos a "barriga da miséria"... comíamos paçoquinha com guaraná e chupávamos sorvetes de groselha com direito a repetir... era bom demais. Era tão gostoso passear de charrete. Lembro-me de tudo. Até o cheiro do cavalo suado de tanto andar (formava espuma em baixo do arreio). O meu tio meio alegre depois de tomar umas branquinhas... o povo do patrimônio... outras carroças no caminho... as meninas bonitas nas janelas escondendo a boca com a mãos com vergonha sei lá do que... (nós idem)...
NORTE DO PARANÁ
O norte do paraná sempre foi um ótimo lugar para se viver e trabalhar. Talvez seja exagero mas sempre digo que aqui é o melhor lugar do mundo para se viver. Sou suspeito pois nasci aqui e sei que aqui vou morrer um dia (não tenho pressa). Um abraço a todos que leram esta crônica até o fim. Deus abençoe a todos. JOSÉ CARLOS FARINA
LEGENDA DA FOTOS: Na 1ª foto o autor da crônica com 12 anos e na 2ª meus avós e o Tio Mané ( que foi bastante citado na matéria)
terça-feira, 26 de março de 2013
sábado, 23 de março de 2013
ROLÂNDIA - JOHNNY DIZ QUE FOI PERSEGUIDO
ROLÂNDIA - JOHNNY LEHMANN DÁ ENTREVISTA
FOLHA DE LONDRINA
23/03/2013
Defesa de Johnny Lehmann vai recorrer ao TSE; Vereadora Sabine Giesen deve assumir Executivo até convocação de novo pleito
O empresário e dentista João Ernesto Johnny Lehmann (PTB) foi afastado ontem do cargo de prefeito de Rolândia (Região Metropolitana de Londrina) para o qual foi reeleito em outubro do ano passado com 53,56% dos votos. Ele foi notificado ontem à noite da decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná da última terça-feira que manteve sentença da 59 Zona Eleitoral de Rolândia, proferida em dezembro pelo juiz Alverto José Ludovico, cassando o registro de Lehmann. ''Me sinto injustiçado da cabeça aos pés. Nada do que tem sido veiculado na imprensa e na Justiça (Eleitoral) é verdade'', disse Lehmann à FOLHA após receber a notificação do afastamento.
Ele afirmou que a defesa tentará obter liminar no TRE para garantir sua volta e permanência no cargo enquanto recorre ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). ''Vamos lutar até o fim. Mas, se o entendimento for para que eu deixe o cargo, vou retomar minha vida. Tenho um empresa em Londrina, uma agência dos Correios em Rolândia e vou cuidar dos meus netos.'' O advogado do petebista, Guilherme Gonçalves, disse ontem que ingressará com a medida cautelar ainda na segunda-feira. ''Vou tentar obter a liminar o mais rápido possível.'' O advogado considerou precipitada a notificação de seu cliente. ''Ainda cabe embargos de declaração e acho que a notificação poderia ter sido feita somente após o julgamento dos embargos.''
Lehmann teve o registro de candidato cassado porque teria praticado abuso de poder econômico ao publicar em um jornal da região reportagens elogiosas e pagas com dinheiro público, além do suposto excesso de gastos com publicidade. No último ano do governo, o gasto não pode ser superior à média dos três anos anteriores. ''O cálculo levou em consideração apenas os seis primeiros meses do ano passado, por isso, houve excesso. Se se considerasse o ano todo, não teríamos atingido o limite'', justificou Lehmann.
''O juiz disse que a publicação na Tribuna do Vale do Paranapanema desequilibrou o resultado do pleito. Isso é imposssível. Não acredito nisso. Acredito que foi nosso trabalho nos quatro anos em Rolândia que fez com que eu ganhasse com mais de 8 mil votos de diferença do segundo colocado'', disse, referindo-se à coligação de Eurides Moura (PSDB), autor da denúncia que levou à cassação de Lehmann.
Como a cassação atinge também o vice, José Danilson (PSD), a presidente da Câmara, Sabine Giesen (PMDB), deve assumir interinamente a prefeitura até a convocação de novas eleições. Ela também foi notificada ontem da decisão do TRE e, procurada pela reportagem, não deu retorno à solicitação de entrevista.
Loriane Comeli
Reportagem Local
quinta-feira, 14 de março de 2013
PREFEITO DE ROLÂNDIA JOHNNY JONI FOI CASSADO NO TRE
Saiu agora a decisão ( 15 horas). com 5 votos o TRE cassou o mandato do prefeito de Rolândia de Johnny Lehmann. Um desembargador pediu vistas, mas de qualquer forma não poderá alterar a vontade da maioria. Os votos já foram dados e anotados em ata. Cabe agora por parte de Johnny alguma medida liminar junto ao TSE, mas com possibilidades remotas face a votação dada com larga margem contra ele. A publicação da decisão ficou para 3ª feira. Qualquer recurso protocolado junto ao TSE não terá efeito suspensivo. Para que um recurso possa ser conhecido e recebido junto ao TSE o recorrente terá que provar um dos seguintes requisitos: a)- Violação da Constituição Federal ou norma federal; b)- Decisão contrária a jurisprudência do STF ou do proprio Tribunal "a quo". Após a anotação junto ao sistema digitalizado de anotação (site) o presidente do TRE mandará expediente ao Juiz da Comarca comunicando a decisão e pedindo o cumprimento das providências legais relativas ao caso. Como a votação foi por 5 de votos, o prefeito cassado deverá deixar o cargo imediatamente. A cassação é extensiva também ao vice-prefeito José Danilson, que também está impedido de assumir o cargo. Ainda de acordo com a legislação quem assume o lugar de Johnny é a atual presidente da Câmara de Vereadores Sabine Giesen. Informações prestadas pelo Dr. Frederico da coligação Eurides Moura, via telefone. JOSÉ CARLOS FARINA
segunda-feira, 4 de março de 2013
FARINA e JOSÉ CARLOS TAVARES HOJE NA RÁDIO JOVEM PAN
FARINA NA RÁDIO JOVEM PAN HOJE 12 HORAS
Acabei de conceder uma entrevista aoJosé Carlos Tavares que estréia hoje na Rádio Jovem Pan Cambé ( 770 mghz) um programa sobre notícias de Rolândia e região a partir das 12:00 horas. Falamos sobre o Blog do Farina e principalmente sobre a política local. Se puderem assistam. Ajudem o meu amigo Tavares a se firmar agora como repórter regional, trabalho que ele conhece muto bem e vem desenvolvendo a mais de 25 anos. A Rádio Jovem Pan "entra" estourando aqui na região. Tem um áudio com qualidade stereo. Vale a pena conferir.
terça-feira, 26 de fevereiro de 2013
SEXO E ESCÂNDALOS NA IGREJA CATÓLICA
Explosão de carro-bomba deixa 7 mortos no Mali, diz grupo rebelde
Reuters - 3 minutos 37 segundos atrásMulheres realizam ato de apoio a Hugo Chávez
EFE - 26 minutos atrás
CIDADE DO VATICANO, 26 Fev (Reuters) - Os escândalos sexuais e disputas de poder que assombram a Igreja Católica devem desempenhar um papel importante nas reuniões prévias ao conclave que escolherá o próximo papa, e na terça-feira dois cardeais defenderam um maior debate interno sobre esses temas.
Um importante grupo de apoio a vítimas de abusos sexuais do clero também fez o que chamou de "último apelo" ao papa Bento 16 para que use sua autoridade antes da efetivação da renúncia, na quinta-feira, e puna bispos que acobertaram padres predadores em suas dioceses.
A questão dos abusos sexuais contra fiéis, principalmente menores, ganhou nova urgência depois que o cardeal escocês Keith O'Brien, acusado de comportamento inadequado com jovens padres, renunciou na segunda-feira ao comando da arquidiocese de Edimburgo e declarou que não participará do conclave na Capela Sistina.
O cardeal Cormac Murphy-O'Connor, que tornou-se assim o único britânico nas reuniões a portas fechadas do pré-conclave, declarou em Londres que o abuso sexual contra crianças é o mais grave escândalo já ocorrido na Igreja.
"Essa será uma das principais coisas que os cardeais irão discutir", disse Murphy-O'Connor, que não pode votar no conclave por ter ultrapassado o limite de 80 anos.
Outro cardeal, o francês Jean-Louis Tauran, disse a um jornal que os agora 115 cardeais eleitores deveriam ser informados sobre um relatório secreto sobre a corrupção no Vaticano, preparado a pedido de Bento 16.
O pontífice renunciante decidiu reservar o relatório para o seu sucessor, mas os três cardeais que o redigiram, todos maiores de 80 anos, poderão informar a seus colegas eleitores sobre algumas das conclusões, durante as consultas da semana que vem.
"Os cardeais eleitores não podem decidir este ou aquele nome para votarem se não souberem o conteúdo do dossiê", disse Tauran ao jornal La Repubblica. "Se for necessário, não vejo por que eles não devem perguntar nomes", acrescentou o cardeal, que já foi ministro de Relações Exteriores do Vaticano, e hoje comanda o departamento para o diálogo inter-religioso.
Os jornais italianos há dias especulam que conspirações e supostos escândalos sexuais dentro do Vaticano podem ter influenciado Bento 16 a se tornar o primeiro papa a renunciar em quase seis séculos, em vez de morrer no cargo.
O Vaticano acusou esses jornais de espalharem rumores "falsos e daninhos", numa tentativa de influenciar os cardeais que começam a chegar a Roma para a reunião de despedida com o papa, na quinta-feira.
Dois diretores da entidade norte-americana Swap, que reúne vitimas de abusos, chegaram na terça-feira em Roma para chamar a atenção para sua campanha por atitudes mais rigorosas da Igreja.
"Estamos aqui para fazer um último apelo ao papa Bento 16 para que use as últimas horas do seu papado a fim de tomar uma ação decisiva que proteja as crianças", disse David Clohessly, diretor nacional da entidade.
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